ARTIGOS E PORTO ALEGRE JÁ ESTÁ NOS
250 ANOS Quando aqueles casais açorianos chegaram à Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais,
após 80 dias de viagem, não imaginavam a história que estavam criando. Vinte anos depois, no dia 26 de março de 1772, o Porto dos Casais se transformou em Freguesia de São Francisco das Chagas e, um ano depois, já recebia o nome de Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre,
a nossa Capital. A partir de 1824,
começamos a receber imigrantes de todo o mundo. E esse mosaico de múltiplas expressões, variadas faces e origens étnicas e religiosas faz a cidade cosmopolita e multicultural, uma demonstração bem-sucedida de diversidade e pluralidade.
Tudo isso precisa ser comemorado, valorizado, incentivado e conhecido. Nossa história e nossa cultura próprias nos orgulham. Para isso, foi criada a Secretaria Extraordinária para os 250 anos de Porto Alegre,
ROGÉRIO BEIDACKI Secretário municipal extraordinário para os 250
anos de Porto Alegre com a Ideia de criar um calendário oficial de eventos, orientar e promover mais projetos e ações que proporcionem momentos de lazer e também de reflexão aos porto-alegrenses.
Na programação, lançada Nossa história e nossa cultura próprias nos orgulham junto com uma linda marca comemorativa no último dia 26 de setembro — seis meses antes do nosso aniversário são mais de
200 eventos para todos os públicos, gostos e em todas as regiões da cidade.
Os primeiros, com maior público, acontecerão no fim do ano. Uma retomada de um encontro com a cidade. O Natal e o Ano- Novo serão especiais, na nova orla do Guaíba, com shows durante o mês de dezembro e uma chegada do Papai Noel que vai arrepiar. Já em março do próximo ano, mês de aniversário, serão mais de 60 eventos.
Incluindo a volta do Baile da Cidade e um début de 250 meninas em situação de risco, promovendo alegria e justiça social.
Mas é importante lembrar que o calendário, que vai até
31 de dezembro de 2022, está aberto para novas atrações.
Queremos envolver ainda mais a comunidade, as entidades, os empresários em torno desse momento único. Somos o que nossos antepassados construíram e seremos o que fizermos hoje. Por isso, participe, se orgulhe, vibre e comemore esses
250 anos. Nossa Porto Alegre merece!
CARESTIA NAS ALTURAS JUSTIFICA O PISO REGIONAL Os que mais têm sofrido com as crises, da pandemia e econômica, e com a inflação galopante dos últimos meses são as famílias trabalhadoras que sentem no dia a dia do supermercado, no preço do gás de cozinha, no posto de gasolina ou na conta de energia, a perda do poder de compra dos seus salários. E entre os trabalhadores, aqueles menos organizados em suas categorias profissionais são ainda mais prejudicados.
Foi para garantir proteção e valorização salarial para esses trabalhadores que o salário mínimo do RS, o piso regional, foi criado em 2001. E destinado aos empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho, como os domésticos, motoboys e assalariados rurais. São cerca de
1,5 milhão de trabalhadores no Estado.
É inadmissível que após dois anos sem reajuste, o governo Leite não escute os trabalhadores e proponha apenas 2,7%
para o piso regional. Além de ficar muito abaixo da inflação É inadmissível que após dois anos sem reajuste, o governo Leite não escute os trabalhadores e proponha apenas
2,7% para O piso regional dos últimos 24 meses, tendo como base o mês de fevereiro, que é de 10,3%, e não refletir a atual escalada dos preços (segundo o Dieese, a cesta básica no RS GUIOMAR VIDOR Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil aumentou 35% neste período),
o índice proposto pelo Executivo ameaça de extinção o piso regional, porque sem reajustes,
este perderia sua função. Quando foi criado, equivalia a 1,28 salário mínimo nacional.
Santa Catarina e Paraná concederam, neste mesmo periíodo, índices acima da inflação de 10,62% e 12,29%, respectivamente, aos seus salários mínimos regionais. Isso não gerou desemprego nem perda de competitividade para nossos vizinhos.
O piso regional é fundamental para o desenvolvimento com distribuição de renda no RS, por isso defendemos uma mesa de diálogo imediata com Executivo, Legislativo, empresários e trabalhadores para resolver esse impasse. Nossa proposta é o reajuste de 10,3% para, pelo menos, recuperar as perdas com a inflação nos últimos dois anos.
ZERO HORA, QUARTA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE “q ACRISE CLIMÁTICA TEM UM CULPADO RODRIGO SEBASTIAN IGLESIAS Químico, pesquisador e professor da Escola Politécnica da Pucrs Há poucas semanas, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)
divulgou uma prévia do próximo relatório sobre a crise climática. A conclusão principal é contundente: “é inequívoco que a influência humana provocou o aquecimento da atmosfera, oceanos e continentes”. Ela é avalizada pelos resultados de inúmeros estudos realizados por milhares de cientistas que formam o painel.
O clima na Terra varia naturalmente. Ciclos orbitais causam essas variações em escala de milhares de anos e explicam também as eras glaciais. Mas as mudanças recentes não são devidas a esses ciclos. Nem a variações de atividade solar. Ou a qualquer outra variação natural.
O aumento de temperatura global em mais de 1ºC ob- Acrise servado desde a Revolução Sc dfa o sf Industrial só consegue ser climá tica e explicado incluindo os gases reconhecida de efeito estufa nessa equa- | pela maioria ção, cuja concentração no das nações ar aumentou 50% nesse período devido ao uso intenso de combustíveis fósseis. Um aumento de um ou dois graus na temperatura pode parecer pouco. Mas o equilíbrio do sistema climático da Terra é delicado, e pequenas variações podem trazer impactos imprevisíveis no futuro. E alguns desses já estamos percebendo: tempestades,
furacões e ondas de calor, por exemplo, têm ocorrido com mais frequência e maior intensidade. Basta acompanhar as notícias para comprovar essa realidade.
A crise climática é reconhecida pela maioria das nações. Os acordos internacionais, como o de Paris, buscam estabelecer metas de redução de emissões. Porém, pelo último relatório, ainda estamos fazendo pouco. Sequer a pandemia teve uma contribuição significativa. Manter o aumento de temperatura abaixo de 1.5ºC até o final do século, como sugere o IPCC, já é quase uma utopia - seria necessário zerar nossas emissões até 2030. Para ficar abaixo de
2.0ºC, já é necessário considerar cenários de emissões negativas a partir de 2050, ou seja,
remover gases de efeito estufa da atmosfera.
As previsões do IPCC podem ser pessimistas, mas não se trata de “alarmismo”, e sim de observações baseadas em evidências. Não se defende zerar emissões da noite para o dia, ou voltar a um modelo econômico do século 18,
como afirmado recentemente neste espaço,
em uma evidente falácia lógica. Busca-se, sim,
combater essa crise da única forma possível:
adotando tecnologias limpas e sustentáveis,
o mais rápido possível, mas sem prejuízo à sociedade.
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A crise climática tem um culpado
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