Em julho de 2020, eles foram acusados de planejar a morte de Maicon Jhonatan do Espírito Santo, 23 anos, o “Didi”. Três anos depois, Jaqueline de Fátima Belo e Doniel Pinto Ferreira sentaram no banco dos réus e foram condenados a 12 anos de prisão pelo crime. O julgamento aconteceu nesta terça-feira (30), no Tribunal do Júri, em Curitiba.
Doniel e Jaqueline foram condenados a 12 anos de prisão. Foto: Reprodução/Tribunal do Júri Tjpr.
Jaqueline era esposa de Didi e é acusada de planejar o crime. Ela e Doniel, que eram colegas de trabalho, dão versões diferentes. As investigações mostraram que os dois eram amantes.
Jaqueline nega o crime. Doniel, desde o início, confessa que tudo foi planejado por ele e Jaqueline. Ele pagou R$ 2 mil a Lucas Bezerra, para executar o crime. Lucas foi morto tempo depois. Ainda deve ser levado a juri um amigo de Doniel que intermediou a contratação do matador.
Mesmo com a condenação, Eva de Fátima do Espírito Santo, a mãe de Maicon, diz que nada vai trazer o filho de volta.
“É melhor do que estar solto como se nada tivesse acontecido. Ninguém nunca teve dúvidas, a delegada Tathiana Guzella mesmo falou que eles eram culpados. Eu já não tinha dúvida antes da investigação, depois da investigação eu tinha a certeza. Maicon era trabalhador, era família, e não vai voltar nunca mais. Nada vai repor a presença dele na minha vida”.
disse Eva de Fátima, a mãe de Maicon
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Marcos de Oliveira, advogado de Jaqueline, disse que já entrou com um recurso no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
“Ela foi condenada, as teses defensivas não foram acolhidas, nós já interpusemos o recurso de apelação ao tribunal onde esperamos corrigir essa sentença, porque os autos mostram que a Jaqueline não coadunou com o Doniel, com o Andrei e com o Lucas para ceifar a vida do marido. Mas no tribunal das lágrimas é assim, os jurados entenderam que ela participou e condenaram a Jaqueline a 12 anos, e agora vamos aguardar o tribunal”.
disse o advogado Marcos de Oliveira, que representa Jaqueline
Mesmo com os 12 anos de prisão, Marcos Jansen, advogado de Doniel, ficou feliz com o resultado.
“Nós estamos muito felizes pela condenação, visto que nós conseguimos recorrer em liberdade, o conselho de sentença também foi elaborado de forma a trabalhar favoravelmente ao nosso cliente. Todas as explanações, mesmo todas as dissertações, o plenário também, tudo foi na forma trazendo o melhor resultado para o nosso cliente. Estamos muito felizes, a família também está muito feliz, conseguimos equilibrar o caso. Ele sai sorridente porque desde o primeiro momento ele optou por colaborar, ele falou a verdade desde o início, ele não queria ter feito isso, foi envolvido, teve toda uma trama emocional interna entre ele, e nesse sentido ele está favorável ao resultado”.
disse o advogado Marcelo Jansen, que representa Doniel
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Local onde Maicon foi morto, em 2020. Foto: Marcelo Borges/Banda B/Arquivo.
Relembre o crime
A morte de Maicon Jhonatan do Espírito Santo, 23 anos, ocorreu na noite do dia 6 de julho de 2020, no bairro São Braz, em Curitiba. O rapaz, que trabalhava como entregador de cestas básicas, foi morto logo quando chegou em casa após um dia de trabalho.
O crime teria acontecido no momento em que o jovem pediu à esposa, Jaqueline, que abrisse o portão de casa para que ele entrasse.
Na época, a esposa da vítima chego a dizer à Banda B que o marido teria usado a buzina da motocicleta para chamá-la para abrir o portão. No momento em que foi pegar as chaves, ela ouviu uma discussão, cerca de três disparos, e se escondeu. Na sequência, ao sair da residência, se deparou com o marido morto.
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