Folha de Londrina, 24 e 25 de junho de 2023 NH ROO 9
(Gfolhadelondrina (43) 9869-0068
8 geralgafolhadelondrinacombr Luis Fernando Wiltemburg Reportagem Local A Sesp (Secretaria de Segurança Pública do Paraná)
anunciou que mais um suspeito de idealizar o ataque ao Colégio Estadual Helena Kolody, de Cambé (Região Metropolitana de Londrina), na segunda-feira foi detido nesta sexta-feira O homem, de 35 anos, foi capturado em Rolândia, também pertencente à RML e cidade de origem do atirador.
Além do suspeito detido nesta sexta, outras duas prisões foram efetuadas após o incidente. Um homem de
21 anos foi na segunda-feira enquanto outro, de
18 anos, foi detido na cidade de Gravatá, no estado de Pernambuco.
Na manhã de segundafeira, um ex-aluno do Colégio Estadual Helena Kolody entrou no estabelecimento com a desculpa de obter uma cópia do histórico escolar e passou a disparar, atingindo os estudantes Karoline Verri Alves, 17,
e Luan Augusto, 16. Ela morreu na hora, enquanto ele Preso mais um suspeito de idealizar ataque a escola de Cambé foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O jovem morreu na terça-feira
no Hospital Universitário de Londrina.
O atirador foi paralisado por Joel Oliveira, um prestador de serviços que trabalhava próximo ao colégio e ouviu ostiros.
O autor dos disparos foi detido, mas morreu dentro da Casa de Custódia de Londrina, onde permanecia separado de outros presos,
apenas com a companhia do segundo suspeito, capturado na noite de segunda-feira.
As investigações sobre o caso continuam em andamento, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias do atentado e da morte do atirador e identificar possíveis conexões entre os suspeitos.
MISSA DESÉTIMO DIA A missa de sétimo dia de falecimento de Karoline Verri e Luan Augusto será celebrada na Igreja Matriz da Paróquia Santo Antônio de Cambé, às 19h do domingo
Eles eram namorados e atuavam em pastorais da comunidade católica local.
cinco cada um, Centro-Oeste
e Norte A tendência de alta dos atentados, identificada pelo Sou da Paz em 2019, coincide com o ano em que o governo Bolsonaro iniciou a flexibilização do acesso às armas.
“Um ponto importante é que ninguém entra e ataca uma escola porque sofreu bullying. Isso precisa ser considerado. Várias pessoas sofrem bullying, têm sofrimento psíquico e não cometem crimes.
Tudo isso é alimentado também por questão de acesso à arma, de políticas nesse sentido. O bullying é um aspecto que (os autores dos ataques)
trazem como justificativa, mas a gente sabe de outras questões envolvidas.”
Abordar o bullying dentro das escolas é um ponto, assim como todas as outras formas de violência, incluindo a violência cultural e a social.
Mas Carneiro lembra que a escola é um ambiente prioritário de educação, socialização e aprendizagem e como todo espaço social, é um reflexo da sociedade.
“A escola, sozinha, não vai dar conta de fazer isso (conter a violência), só um esforço combinado. As crises acontecem e acabam jogando luz sobre problemas antigos. A sociedade precisa parar e pensar a função das escolas, da educação. A comunidade, os pais, todos têm um papel importante.
Todos nós precisamos proteger as escolas, é um esforço de toda a comunidade. Em Cambé, apesar do ataque chocante, uma tragédia, eu vi a paróquia, a sociedade civil, os governos federal, estadual e municipal, as polícias, os pais, todos muito unidos. E é por aí.”
“Várias pessoas sofrem bullying e não cometem crimes”
Julgamento do caso Shigematsu pode ocorrerfora de Rolândia Pedido da defesa de Ricardo Seidi vai ser votado na terça (27) pelo Superior Tribunal de Justiça Jéssica Sabbadini Especial para a FOLHA O julgamento dos réus Ricardo Seidi e Terezinha de Jesus Guinaia, pai e avó paterna de Eduarda Shigematsu, pode ser realizado fora da cidade de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), onde ocorreu o crime.
O pedido foi feito pela defesa de Seidi, que alega que o caso foi de grande comoção regional, o que poderia afetar a decisão dos jurados. A votação do pedido será realizada na próxima terça-feira às 14h, durante sessão do STJ (Supremo Tribunal de Justiça).
O pai da vítima é acusado de homicídio qualificado, tendo como qualificadores a asfixia, o recurso que dificultou a defesa da vítima e por ter sido praticado contra uma mulher em razão da condição de mulher.
Além disso, ele também foi indiciado por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Já a avó é acusada pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
Eduarda Shigematsu, de 11
anos, foi encontrada enterrada no fundo do imóvel da família no dia 28 de abril de 2019 em Rolândia, quatro dias após ter sido vista pela última vez. Tanto Ricardo Seidi quanto Terezinha de Jesus Guinaia foram presos no dia 30 de abril de
2019. Enquanto Seidi permanece preso, Guinaia foi solta cerca de dois meses depois do crime.
O julgamento já foi adiado ao menos três vezes: o último foi no final de março deste ano,
quando uma liminar do STJ deu parecer favorável ao pedido da defesa de Ricardo Seidi de adiamento e de desaforamento, ou seja, para que o julgamento dos réus fosse designado para outra cidade.
No pedido movido pelos advogados de defesa do réu,
Douglas Rocha, Roberto Ekuni, Guilherme Leal e Almeri Pedro, eles alegam que “o caso foi de grande clamor social na localidade, sendo noticiado por toda a imprensa regional”. O pedido é justificado pelo fato de que os réus foram ameaçados por moradores de Rolândia nas redes sociais, pelo fato de ter “sido criada uma Lei Municipal em homenagem à vítima” e por conta do depredamento da casa dos réus. Dessa forma, a defesa argumenta que “a população da cidade de Rolândia-PR possui total parcialidade com o caso”. O pedido também acrescenta que a família é pioneira na cidade, o que poderia fazer com que os jurados fossem influenciados,
o queria poderia interferir no julgamento.
Agora, a votação do STJ vai definir se o caso será encaminhado para outra cidade ou se permanece em Rolândia.
De acordo com informações da Vara Criminal de Rolândia,
caso o parecer para o desaforamento seja favorável, o Tribunal de Justiça do Paraná vai ser responsável por indicar a nova comarca; caso seja negado, o juiz da comarca de Rolândia,
Alberto José Ludovico, vai definir uma nova data para o julgamento dos réus.
Segundo Douglas Rocha,
um dos representantes de Seidi, o objetivo do pedido, além de buscar pela parcialidade dos jurados, é garantir a segurança do acusado e da defesa. O advogado esclarece que o pedido não é uma forma de protelar o julgamento, já que o réu está preso, e que a demora se dá pelo fato de que a assistência da acusação e a promotoria vêm se posicionando de forma contrária aos pedidos da defesa. O pedido é para que o julgamento seja feito fora das regiões Norte e Noroeste do Paraná.
Rocha detalha que a posição de seu cliente e a adotada pela defesa é que, desde o início, o réu confessa ter ocultado o cadáver, mas nega ter matado a vítima. Segundo ele, os motivos serão expostos durante o julgamento. “A defesa espera pelo acolhimento do pedido para que o réu possa ter um julgamento justo e imparcial”, ressalta. De acordo com ele, caso o pedido seja negado, a defesa vai recorrer da decisão, o que “acarretará num tempo ainda maior de espera para que o acusado Ricardo [Seidi] possa ter o seu julgamento realizado”.
Gustavo Carneiro/4-10-2019
Pedido é para que o julgamento não seja realizado no Fórum de Rolândia nem na região
Julgamento do caso Shigematsu pode ocorrer fora de Rolândia
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