Uma grande vitrine de ideias. Essa é uma boa definição para o Pinterest. A rede social que surgiu há quase 15 anos se transformou em ferramenta importante para aqueles que buscam inspiração. E vale de tudo. De corte de cabelo, passando por ilustrações até decoração de interiores. Com 463 milhões de usuários ativos no mundo, a plataforma tem desenvolvido um ambiente virtual diferenciado. A aposta é no bem-estar e em uma convivência saudável entre seus usuários. Esqueça o ódio gratuito e a falta de regras do Twitter, ou a idealização de estilo de vida quase inalcançável dos influenciadores do Instagram. No feed do Pinterest, o segredo é a positividade e a realização de projetos. “A gente é reconhecidamente uma plataforma positiva”, disse André Loureiro, diretor-executivo do Pinterest para a América Latina. “E isso traz todo o propósito do nosso negócio, algo que a gente já identificou há muitos anos e vem investindo como um ativo.” No ano passado, a receita foi de US$ 2,8 bilhões, 9% a mais do que em 2021, mas o lucro não veio: na linha final, foram US$ 96 milhões negativos.
Ao contrário das demais redes, o Pinterest possui regras claras contra publicações com desinformação sobre mudanças climáticas, possui filtro a conteúdo antivacina, além de proibir anúncios com produtos que prometem a perda de peso. Com diretrizes mais restritas, o desafio está em fomentar o crescimento da plataforma com criadores de conteúdo e monetizar a empresa. Para isso, nos últimos dois anos o Pinterest tem investido mais fortemente no
A GENTE É RECONHECIDAMENTE UMA PLATAFORMA POSITIVA E ISSO TRAZ TODO O PROPÓSITO DO NOSSO NEGÓCIO. ALGO QUE A GENTE JÁ IDENTIFICOU HÁ MUITOS ANOS E VEM INVESTINDO COMO UM ATIVO.” ANDRÉ LOUREIRO
mercado latino e no Brasil, país que detém aproximadamente 10% dos usuários da rede. Uma equipe de criação foi instalada no México, dando um pouco do “DNA da América Latina”, nas palavras de Loureiro, no desenvolvimento de produtos. “A gente começa a ter uma percepção de mais diversidade no desenvolvimento da plataforma”, disse o executivo.
COMPRAS O Pinterest tem investido em melhorar sua plataforma de compras. O entendimento da relação entre plataforma-marcas-usuários é um pouco diferente na rede. Mais do que um anúncio, as marcas complementam a experiência dos usuários, seja com a produção de conteúdo ou mesmo viabilizando a compra de algum produto que a pessoa tenha visto no feed e se interessado. A ideia é tornar o mecanismo cada vez mais fluído e efetivo na conversão. “As pessoas entram na plataforma na busca por referências e, em geral, essas buscas levam em conta que a pessoa quer realizar alguma coisa na vida dela. Muitas vezes essas realizações passam por comprar alguma coisa”, afirmou Loureiro. Com essa mentalidade, a rede fecha o ciclo de consumo com o oferecimento de um ambiente propício para a inspiração e criação do desejo, ao mesmo tempo que permite a realização da compra.
A ideia é OK, e coerente com os princípios da empresa. Mas isso só funciona com uma parrudez algorítmica que transforme percepções e sutilezas em assertividade. Quase um dilema: redes mais agressivas performam muito mais em receitas. Por isso o Pinterest olha como estrada de crescimento da plataforma a Geração Z, das pessoas nascidas de 1997 a 2010. Esses jovens são o público que mais cresce entre os usuários. Além disso, a rede tem como característica não se restringir à própria aplicação, ou seja, muitas vezes é usada como adjetivo e invade outras redes. É comum as pessoas se referirem a “looks do Pinterest” ou “decoração Pinterest”, como sinônimo de algo bem executado e muitas vezes idealizado, espalhando a mensagem da rede além de seus pins. Diversidade, respeito e qualificação como base do modelo de negócios.
Até pouco tempo atrás, o serviço desempenhado pelas redes de Estacionamento no Brasil se limitava a disponibilizar vagas aos clientes nos estabelecimentos parceiros, como shoppings, hospitais e aeroportos. Com o avanço da mobilidade urbana e o crescimento dos projetos voltados à sustentabilidade, as empresas passaram a promover o desenvolvimento do segmento ao oferecer propostas que atendam às exigências não só de usuários defensores da causa. É o caso dA Indigo. Com previsão de faturar R$ 1,3 bilhão este ano, a operação brasileira da marca Francesa tem adotado estratégias que visam transformar os pontos que administra em hubs de serviços complementares ao Estacionamento em si. “Queremos nos tornar um hub de conexão e mobilidade”, afirmou à DINHEIRO Thiago Piovesan, CEO do grupo Indigo Brasil.
O objetivo é pensar mais nos Estacionamentos como áreas inteligentes. Para isso, a líder global criou um departamento exclusivo dedicado a produzir e implementar projetos que visam aprimorar a interação dos usuários com esses espaços. As medidas incluem o compartilhamento de carros e patinetes, instalação de carregadores elétricos para veículo, de painéis solares para geração de energia limpa, de lockers para armazenamento, além de projetos de last mile — que preveem a instalação de pequenos centros de distribuição locados por empresas de logística. “Estudamos também projetos que incentivem o uso da bicicleta, caso dos cycloparks, muito comuns na França”, disse o executivo. A estrutura, além de Estacionamento para as bikes, oferece oficina e vestiário aos usuários.
As propostas se estendem aos carregadores elétricos. São mais de 200 instalados em pontos geridos pela empresa que já possibilitaram mais de 2,5 mil abastecimentos. A meta é que o número de equipamentos mais do triplique até
2025 — e chegue a algo em torno de 700. Outra iniciativa foi a instalação de placas de energia solar em espaços específicos, como a realizada no edifício-garagem do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba. Foram implantadas mais de 1,2 mil placas que, segundo o CEO, são responsáveis por 50% da energia consumida no local.
O projeto engloba ainda o lançamento de um aplicativo que, inicialmente, vai possibilitar ao usuário pagar tíquete e buscar o Estacionamento mais próximo. A plataforma deverá permitir em breve que uma pessoa reserve vaga em qualquer operação da bandeira. As propostas são estudadas individualmente para cada região do País devido às características distintas e necessidades locais. Os investimentos anuais dA Indigo Brasil variam de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões.
Os movimentos fazem parte do processo de crescimento da bandeira no País. No ano passado, a empresa fundiu os negócios com a PareBem e ganhou força na briga com a Estapar. De acordo com o executivo, as companhias dividem a liderança de um mercado extremamente pulverizado. “As duas juntas devem ter no máximo 25% de share”, afirmou. O equilíbrio na disputa fica evidente nos resultados financeiros referentes a 2022. O faturamento dA Indigo ficou em torno de R$ 1,1 bilhão enquanto o da concorrente foi de R$ 1,2 bilhão. Ao menos 50% da receita dA Indigo é proveniente da administração de shoppings. O restante está distribuído entre os demais segmentos.
PORTFÓLIO A Indigo tem na base 370 operações, o que inclui a gestão de Estacionamentos em aeroportos, edifícios-garagem, instituições de ensino, hospitais e clínicas médicas, hotéis, parques e shoppings. São mais de 300 mil vagas em 24 estados. Além do aeroporto na capital paranaense, a companhia tem como destaque a administração do Estacionamento do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos; dos hospitais paulistanos Albert Einstein e Sírio-Libanês; dos hotéis Royal Palm Plaza, em Campinas (SP), e Ibis Copacabana, no Rio de Janeiro; parques Ibirapuera e Villa Lobos, em São Paulo; e de shoppings como o Parque Dom Pedro, tsmbém em Campinas.
Além da França, a marca tem operações em oito países, e administra no total 2,6 mil Estacionamentos em 500 cidades pelo mundo, com mais de 1,4 milhão de vagas e 9,5 mil colaboradores, sendo 4,6 mil no Brasil. Apesar de destacar que o País oferece arrepios financeiros e político-econômicos, Piovesan visualiza um “mercado maravilhoso” e com oportunidades de crescimento. “Estamos em um momento favorável e a gente acredita (no potencial do País).”
Estacionamentos inteligentes
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