O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) negou um pedido de liberdade para três policiais militares que estão presos suspeitos de tráfico de drogas. Eles e outro agente da corporação foram detidos em 5 de julho, durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Corregedoria da PM.
Os PMs trabalham no 30º Batalhão de Londrina, o mesmo dos policiais presos nesta quarta-feira (26) por suspeita de participação em latrocínios e falsificação de Boletins de Ocorrência (B.Os.).
A defesa dos policiais recorreu ao TJ depois que a Justiça Militar de primeiro grau manteve as prisões. A decisão do desembargador Miguel Kfouri Neto que negou a liminar de soltura é de segunda-feira (24). Ele entendeu que a decretação das detenções temporárias "não apresenta ilegalidade".
Em nota, o advogado Eduardo Mileo, que representa os PMs, afirmou que vai recorrer. "A investigação não trouxe absolutamente nada com relação aos três policiais, que inclusive abriram seus sigilos e entregaram as suas senhas de celulares, demonstrando que não tem qualquer envolvimento com os fatos investigados".
Como era o esquema
Conversas obtidas pelo Gaeco com autorização da Justiça entre um dos policiais e um homem suspeito de tráfico de drogas detalham o suposto envolvimento dos outros três PMs no esquema de venda de entorpecentes.
Segundo as investigações, que começaram no ano passado, os policiais realizavam abordagens, apreendiam as drogas de outros criminosos e repassavam para venda.
Em uma das conversas, o suspeito de tráfico diz ao PM:
"Falei pra você que ia achar uma parada boa pra nóis, achei, fala para os cara fica de boa que tá tudo certo".
"Falei pra você que ia achar uma parada boa pra nóis, achei, fala para os cara fica de boa que tá tudo certo".
Para o Gaeco, a menção ao termo "parada boa" seria que o suspeito havia descoberto onde ficava a refinaria de drogas de um bairro da zona norte, indicando o local ao PM.
Em outro trecho, o Gaeco cita que o suspeito de tráfico enviou uma foto ao policial dizendo que "o traficante rival estava bravo" porque "eles (policiais) teriam pegado R$ 4 mil do rapaz.
O advogado do homem suspeito de trocar mensagens com um dos policiais informou que o cliente dele "não sabe quem são esses policiais e que nunca teve nenhum tipo de relação com eles".
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