ao Pol E t ICa E | (e GBfolhadelondrina Folha de Londrina, quinta-feira, 27 de julho de 2023
Sobrisco de perda de mandato, Moro tenta pontes como Judiciário Catia Seabra e Thaísa Oliveira Folhapress Brasília - Réu em uma ação de investigação eleitoral sob suspeita de abuso de poder econômico na pré-campanha das eleições de 2022, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) tem recorrido a integrantes do Judiciário na tentativa de impedir a cassação de seu mandato e compensar a falta de apoio político dentro e fora do Senado. O ex-juiz da Lava Jato, sem trânsito no cenário político, foi orientado por aliados a estabelecer pontes no meio jurídico, que definirá seu destino.
Hoje ciente do risco de perda de mandato, Moro passou a intensificar essa estratégia de defesa desde o avanço do caso de Deltan Dallagnol (Podemos-PR),
ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba.
Esse processo culminou em maio na cassação, por unanimidade, de seu mandato de deputado federal pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
O senador estava emumevento de seu partido quando recebeu a notícia sobre Deltan e, de acordo com pessoas presentes, a reação foi de total perplexidade.
No dia seguinte à cassação do mandato de Deltan, o senador se reuniu com o presidente do TSE,
Alexandre de Moraes, após esperar pelo ministro, sozinho, sentado em uma poltrona do salão branco do STF (Supremo Tribunal Federal). A conversa se deu no ruidoso ambiente que marca os intervalos das sessões, geralmente usados por ministros para receber advogados.
Desde a cassação do mandato de Deltan, Moro também esteve em audiências com os ministros Rosa Weber, presidente do STE,
Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.
Segundo relatos, as conversas fo -
ram solicitadas a pretexto de se discutir um projeto a cargo da deputada federal Rosângela Moro
(União Brasil-SP) no Congresso Nacional, mas serviram para que o juiz pudesse abordar os integrantes da corte.
Em gestos considerados como acenos aos ministros,
Moro não assinou o pedido de impeachment de Barroso e criticou a hostilidade a Moraes no aeroporto internacional de Roma. Também quis deixar claro que não era contra a indicação de Cristiano Zanin ao Supremo por Lula (PT) - seu adversário nos tempos de Lava Jato
por questões pessoais.
FORMAÇÃODO TRE-PR A nova configuração do TRE
(Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná também serviu de alerta, segundo aliados do ex-juiz.
Aconselhado a buscar magistrados no Paraná, Moro se reuniu com o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Luiz Fernando Tomasi Keppen, no final do mês passado. Segundo interlocutores do senador, ele também já se encontrou com o presidente do TRE paranaense, Wellington Emanuel Coimbra de Moura.
No Senado, a avaliação é a de que nem mesmo os senadores da oposição vão defender o colega se houver decisão desfavorável da Justiça. Com histórico antipolítica dos anos à frente da Lava Jato, Moro não é próximo de caciques da Casa Ton Molina/Fotoarena/Folhapress Aliados avaliam que cassação de Deltan motivou sinalizações de Moro ao TRE-PR e TSE e mantém relação “institucional” com os demais.
Apesar de fazerem comentários elogiosos ao ex-juiz, senadores da oposição e colegas de partido dizem que Moro é muito reservado e participa de almoços e jantares apenas para tratar de trabalho.
Segundo parlamentares ouvidos pela reportagem, Moro não fala da ação eleitoral nem com colegas mais próximos.
Um líder afirma que Moro parece negar a ameaça de cassação até para si. Do outro lado, caciques políticos não escondem o desconforto com o ex-juiz lavajatista. No mesmo dia em que tomou posse, Moro ouviu do senador Omar Aziz (PSDAM) que a última juíza a passar pelo Senado, conhecida como
“Moro de saias” (referindo-se à ex-senadora Selma Arruda),
não terminou o mandato.
Políticos comparam caso de ex- juiz do de ex-senadora do Mato Grosso O caso da ex-juíza e ex-senadora Selma Arruda é frequentemente comparado ao de Sergio Moro dentro e fora da política.
Eleita pelo PSL-MT, ela teve o mandato cassado por abuso de poder econômico e caixa dois na campanha de 2018. Com a convocação de novas eleições em Mato Grosso, a vaga no Senado foi ocupada pelo hoje ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD).
Parlamentares da base afirmam ainda que a tropa de choque com a qual o senador anda pelos corredores do Senado quase sempre com dois policiais e dois assessores dá a impressão de que ele faz questão de manter o ar de superioridade dos tempos de juiz.
Moro ganhou direito à proteção da Polícia Legislativa após a descoberta, em março, de um plano da facção criminosa PCC contra ele e a família. Além do ex-juiz, só o presidente do Senado e o filho mais velho de Jair Bolsonaro Flávio Bolsonaro (PL-RJ), circulam pela Casa escoltados.
O senador também tem feito acenos a políticos do estado,
mas não consegue escapar de tropeços. A participação dele em um evento em Ponta Grossa
(PR) foi lembrada como exemplo de inabilidade política.
Moro afirmou que o ex-prefeito Jocelito Canto (PSDB) que é próximo a Álvaro Dias (Podemos) foi injustiçado em uma ação que o impediu de assumir uma vaga na Câmara dos Deputados.
O ex-juiz só se esqueceu que o autor da ação, o secretário estadual de Logística do Paraná,
Sandro Alex (PSD), estava no mesmo palco, e que quem faz a defesa dele é seu próprio advogado, Gustavo Guedes.
O senador foi procurado pela reportagem, mas não quis se manifestar. e
Lularebate Bolsonaroapós serchamado de 'jumento'
Folhapress São Paulo - O presidente Lula (PT) reagiu ontem (26)
ao ataque recebido um dia antes pelo ex-presidente Jair Bolsonaro que o chamou de jumento e analfabeto em evento em São Paulo.
“Ontem [terça] a imprensa me pediu para responder uma pessoa que tentou me atacar chamando de “jumento”. Um animal simpático e mais esperto que alguns. O que seria ofensivo seria comparar um jumento a ele, isso sim. Ofensivo aos jumentinhos, que não fazem mala ninguém.”
Lula encontrou tempo nesta quarta para rebater o seu adversário político no mesmo dia em que suspendeu a agenda oficial para fazer um procedimento médico devido às dores que tem enfrentado por uma artrose no fêmur direito.
Na terça Bolsonaro participou de evento do PL em São Paulo e, em seu discurso, falou palavrão, atacou Lula, reclamou de sua condenação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e disse que seu eventual retorno um dia ao Palácio do Planalto é encarado por ele como uma “missão”.
Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos após inverdades e ataques ao sistema eleitoral e somente poderá disputar as eleições presidenciais de 2030.
“A quem interessa... Levase em conta os países europeus, os países do norte, interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto. Um jumento, por que não dizer assim?”, declarou.
TRATAMENTO Lula cancelou sua agenda ontem e fez um procedimento para conter dores.
O tratamento foi realizado no hospital Sírio-Libanês de Brasília pela manhã e, à tarde, ele permaneceu no Palácio da Alvorada, sede residencial do presidente. Ele cumprirá agenda no Alvorada até quinta-feira
Segundo nota divulgada pelo governo, trata-se de
“um procedimento eletivo, minimamente invasivo, de denervação percutânea, no quadril direito,
para alívio de dor crônica até a realização de uma cirurgia prevista para outubro, uma artroplastia de quadril, para a solução definitiva do problema”.
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Sob risco de perda de mandato, Moro tenta pontes com o Judiciário
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