O Fórum de Londrina, no norte do Paraná, ganhou três novos funcionários de quatro patas: Bello, Snow e Teela. O reforço é para auxiliar no suporte terapêutico de crianças e adolescentes que tenham sido vítimas de violência.
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O projeto é idealizado pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) em parceria com o Instituto Brasileiro de Educação e Terapia Assistida por Animais (Ibetaa). Conforme o TJ, os animais são os primeiros a prestarem este tipo de assistência judiciária do Brasil.
Segundo a psicóloga judiciária Aline Pedrosa Fioravante, a troca mútua entre o animal e a criança permite um contato de acolhimento e liberdade.
O objetivo é facilitar o depoimento de vítimas emocionalmente abaladas nos tribunais, por meio do carinho proporcionado pelos cães.
"É um acolhimento muito puro, de uma troca que só pode existir entre um cão treinado para isso e uma menina que se abre para essa possibilidade."
"É um acolhimento muito puro, de uma troca que só pode existir entre um cão treinado para isso e uma menina que se abre para essa possibilidade."
Funcionamento
A terapia assistida com o animal ocorre em uma sala com a vítima e a psicóloga do fórum. De acordo com a instituição, cerca de 30 crianças passaram pela consulta até hoje.
Os animais passam por treinamento para poderem executar o trabalho.
Snow está com 7 anos, é da raça Samoeida e é o mais experiente dos cães que estão atuando no fórum, segundo o adestrador Carlos Pires. A dálmata Teela tem 2 anos e o caçula é Bello, de 7 meses.
“Não é qualquer cão que pode atuar dessa forma. O animal passa por testes de comportamento para saber se tem o perfil. Depois, outros testes para saber se ele vai dar conta. Não é só porque o cachorro é bonzinho que ele vai virar um cão de assistência judiciária”, salienta Carlos Pires.
“Não é qualquer cão que pode atuar dessa forma. O animal passa por testes de comportamento para saber se tem o perfil. Depois, outros testes para saber se ele vai dar conta. Não é só porque o cachorro é bonzinho que ele vai virar um cão de assistência judiciária”, salienta Carlos Pires.
Para definir um plano de treinamento específico, os especialistas monitoram o comportamento do animal. O trabalho do adestrador envolve, por exemplo, acostumar o animal com o fórum, para que entendam o que tem que fazer e não se distraiam facilmente.
A juíza da 1° Vara da Infância de Londrina, Camila Gutzlaff Cardoso, falou que a assistência contribui para a criança relatar a história vivida de forma espontânea.
"Teve uma criança acolhida que tinha passado por diversas situações de vulnerabilidade e ela conseguiu relatar toda a vida para o cachorro. Contou a história dela, o que ela passou. Justamente para formar um vínculo com ele", disse.
Nos Estados Unidos, cães treinados são usados para atender crianças em situação de vulnerabilidade de 2004.
Carta de agradecimento
Uma menina atendida pelo cão escreveu uma carta relatando a experiência com o animal e agradecendo o apoio recebido.
"Querida Tila, eu achei você muito lindo e inteligente, e espero que você ajude muitas crianças e adolescentes assim como eu que passaram por momentos muito ruins, mas com você tudo fico mais leve e calmo com amor", diz a carta.
"Querida Tila, eu achei você muito lindo e inteligente, e espero que você ajude muitas crianças e adolescentes assim como eu que passaram por momentos muito ruins, mas com você tudo fico mais leve e calmo com amor", diz a carta.
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