O Tjpr (Tribunal de Justiça do Paraná) admitiu que as gravações que indicam que réus do Caso Evandro teriam sido torturados sejam usadas como provas na revisão criminal do processo. Os áudios foram revelados pelo jornalista Ivan Mizansuck que realizou uma série documental em formato de podcast, também adaptada para streaming.
No dia 14 de setembro, o Tribunal decide se houve tortura e se as fitas provam esta situação. Caso isso aconteça, o advogado de defesa Antonio Augusto Figueiredo Basto, indica que a consequência seria a anulação do processo.
“O Tribunal tem três opções: anular pela prática e produção de prova ilícita, anular pela subtração da prova ou anular por prova fraudada. Qualquer uma das três hipóteses trará o resultado da anulação do processo”, justificou.
Mizansuck contou que iniciou o podcast com a intenção de mostrar como a comoção causada a época e a forma como a própria imprensa lidou com a situação tinha influenciado a opinião pública e a condução do caso e que descobriu as fitas por acaso. Ele comenta a importância dessa revisão.
“Já é uma tragédia o caso em si, pela vítima Evandro, Leandro, outras crianças que desapareceram, e isso não justifica colocar uma pessoa na cadeia e acabar com a vida dela e das suas famílias para dar resposta para a sociedade”, contou Mizansuck.
Evandro desapareceu em Guaratuba em 1992, no trajeto entre a casa e a escola. O corpo foi encontrado com órgãos retirados e partes decepadas. Sete pessoas foram presas acusadas de terem usado o menino em um ritual, entre elas a esposa e a filha do então prefeito da cidade. Celina e Beatriz Abagge respectivamente. No ano passado, o governo estadual formalizou um pedido de desculpas pelas “sevícias indesculpáveis” cometidas contra Beatriz durante a condução do caso.
TJPR admite gravações que indicam tortura no Caso Evandro
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