Folha de Londrina, terça-feira, 05 de setembro de 2023
Sobrevivente nunca teve relacionamento com autor de homicídios, diz delegado Douglas Kuspiosz Especial para a FOLHA A PCPR (Polícia Civil do Paraná) avançou na investigação da morte dos jovens Júlia Beatriz Garbossi Silva, 23, e Daniel Takashi Suzuki Sugahara, 22,
ocorrida na madrugada de domingo no bairro Jardim Jamaica, na zona oeste de Londrina, e cujo suspeito é Aaron Dellesse Dantas, 23, que está preso. Uma terceira vítima, colega de apartamento de Garbossi e namorada de Sugahara,
foi atingida com golpes de faca e sobreviveu.
O delegado de Homicídios de Londrina, João Batista dos Reis, afirmou nesta segundafeira em entrevista coletiva, que a Polícia Civil já ouviu a jovem sobrevivente, que negou ter tido qualquer tipo de relacionamento amoroso com o acusado dos crimes.
“Ela relatou que conheceu o autor no passado porque eram amigos e trabalhavam no mesmo local”, apontou o delegado,
citando que o suspeito “sempre demonstrou interesse em um relacionamento amoroso,
só que ela deixou claro que não tinha esse interesse”.
Durante a audiência de custódia, Dantas optou por permanecer em silêncio e teve a prisão preventiva decretada pelo TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná). Com isso, a PCPR tem dez dias para concluir o inquérito.
Sobre a dinâmica do crime,
Reis explicou que foi apurado que outras pessoas estavam na casa mas, por volta da 1h, todos foram embora e ficaram a jovem, Daniel e Júlia. “Ela acordou de madrugada já com o indivíduo em cima dela e ficou sem entender, achando que era uma questão de paralisia do sono, até que ela percebeu que estava sendo vítima de ferimentos por arma branca”, explicou o delegado.
“Pelo contexto que nós vimos ali, me parece que ele
[Daniel] já havia sido atingido quando ela percebeu”, explicou, citando que Garbossi foi em socorro e também foi esfaqueada.
A jovem sobrevivente foi Douglas Kuspiosz
“Ela acordou de madrugada já com o indivíduo em cima dela e ficou sem entender”, comentou Reis presa com uma corda e algemas por algumas horas, mas conseguiu convencer o agressor a levá-la até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Sabará, garantindo que afirmaria ter sido vítima de um assalto. Segundo Reis, foi na unidade de saúde que ela conseguiu relatar o que havia acontecido.
Após a prisão de Dantas, foram encontrados com ele uma faca e um canivete.
Em uma cerimônia íntima,
familiares, amigos e colegas da universitária Júlia Beatriz Garbossi, 23, se despediram, na manhã desta segunda-feira
da jovem, que cursava o segundo ano de Ciências Sociais na UEL. O sepultamento aconteceu no Cemitério Jardim da Saudade, na zona norte da cidade.
O velório da outra vítima fatal do ataque, Daniel Takashi Suzuki Sugahara, 22, começou por volta das 9h e o enterro foi às 17h, também no Cemitério Jardim da Saudade. A outra jovem, que seria o alvo do criminoso, recebeu atendimento na Santa Casa e foi liberada.
INVESTIGAÇÃO O celular do suspeito será analisado e familiares das vítimas fatais serão ouvidos. Uma pessoa da família de Dantas também deve falar com a Polícia Civil.
Reis destacou que está sendo apurado se o comportamento do agressor caracteriza o crime de stalking (perseguição). Há indícios de que o rapaz mantinha perfis falsos em redes sociais para perseguir a jovem. “Pelo que ela disse, ficou bem claro que, realmente, esses perfis fakes quem criou teria sido ele. Ela deixou claro que nunca teve relacionamento, era apenas amizade.
Ele que tentou algo a mais e ela não aceitou”, reforçou.
Segundo o delegado, a sobrevivente também relatou que chegou a pensar em registrar um boletim de ocorrência e pedir uma medida protetiva contra o rapaz, mas acabou desistindo. “Essa perseguição,
se confirmada, pode caracterizar uma tentativa de feminicídio contra ela e homicídio contra os demais”, completou.
DEFESA À FOLHA, o advogado Thiago Duarte, que faz a defesa de Dantas, afirmou que não havia conseguido falar com o suspeito até a tarde desta segunda-feira. “Até então, a gente só teve um tempinho para orientar ele para a audiência de custódia, para conversar com o delegado”.
UEL Por meio de um Ato Executivo, a UEL decretou luto oficial “em sinal de pesar pelo falecimento da aluna Júlia Beatriz Garbossi Silva”. As aulas do curso de Ciências Sociais foram suspensas nesta segundafeira, assim como em outros cursos da universidade.
OBSERVATÓRIO DE FEMINICIDIOS Em nota, o Néias - Observatório de Feminicídios de Londrina chamou o crime de um
“ataque feminicida”, que teria sido “motivado pelo sentimento de posse sobre a vítima sobrevivente, mesmo não existindo um relacionamento afetivo entre eles”.
O Néias também ressaltou que “tratar feminicídio como
“crime passional” em nada contribui para o entendimento social deste fenômeno”.
A nota também expressa a preocupação sobre o “despreparo dos serviços de saúde para o atendimento de crimes desta natureza”, destacando que “as vítimas de feminicídio tentado são atacadas unicamente por serem mulheres e necessitam de um olhar cuidadoso e imediato”. (Colaboraram Jéssica Sabbadini e Caroline Knup).
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(afolhadelondrina (43) 99869-0068
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( geralgafolhadelondrinacombr Professores devem convocarnovas assembleias Douglas Kuspiosz Especial para a FOLHA Os professores universitários devem convocar novas assembleias nos próximos dias. A categoria cobra a apresentação do PCCS (Plano de Cargos, Carreira e Salários) por parte do governo do Estado.
Em nota divulgada na sextafeira o CEG (Comando Estadual de Greve) aponta que se passaram três meses desde que
“os reitores e o governo acordaram a tramitação das mudanças do Plano de Carreira Docente”.
O texto aponta que a suspensão da greve estadual foi colocada como necessária para a tramitação do PCCS e que, em julho,
a Casa Civil pediu até o final de agosto para colocar a contrapropostana mesa.
Essa informação foi repassada à FOLHA em nota no dia 17
de agosto pela Seti (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), quando afirmou que a administração estava “analisando a possibilidade de atualização da carreira docente e pretende apresentar uma proposta até o final deste mês de agosto”. Questionada no dia 29, a pasta encaminhou o mesmo posicionamento.
Uma reunião com o secretáro Aldo Bona, que ocorreria nesta segunda-feira foi desmarcada . Frente a esse cenário, o Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Docentes da UEL) realiza assembleia na quarta A tendência é que o mesmo ocorra nas outras universidades, de forma simultânea.
O presidente do Sindiprol/Aduel, Cesar Bessa, afirmou à FOLHA que “fica uma frustração muito grande” com a falta de resposta. A versão que foi encaminhada para a administração foi elaborada pela Apiesp (Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público). “Nós não temos nada por parte do governo em termos de resposta oficial”, afirmou, citando que o documento estava na Casa Civil e foi para a Procuradoria-Geral do Estado. “Estamos esperando que seja anunciada a proposição do plano o mais rápido possível.” Bessa também ressaltou que não está descartado um retorno à greve.
Procurada pela reportagem, a Seti afirmou, em nota, que “o govemo do Estado, por meio da Casa Civil e da Secretaria da Administração e da Previdência
(Seap), está finalizando uma proposta para apresentação da atualização da carreira docente do ensino superior público”.
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Sobrevivente nunca teve relacionamento com autor de homicídios, diz delegado
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