Hermes Pimentel (PSDB) assumiu o cargo de prefeito de Umuarama, no noroeste do Paraná, na manhã desta terça-feira (26). O político foi empossado na segunda-feira (25), após a Câmara Municipal cassar o mandato de Celso Pozzobom (PSC), eleito em 2020.
Pimentel foi eleito vice-prefeito e assumiu como prefeito interino em setembro de 2021, quando a Justiça determinou o afastamento de Pozzobom a pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Em 2022, Pimentel assumiu definitivamente o cargo após a Justiça determinar o afastamento indeterminado de Pozzobom.
O prefeito cassado é investigado por ter supostamente comprado um apartamento com recursos desviados da saúde pública. Pozzobom foi alvo de mandados de busca no âmbito da Operação Metástase. Relembre no final desta reportagem.
Em nota, a defesa do prefeito disse que vai recorrer da decisão.
Durante a cerimônia nesta terça-feira (26), em pronunciamento oficial no anfiteatro da Prefeitura, Pimentel anunciou mudanças dos nomes dos secretários das pastas.
Afastado pela 2° vez
Pozzobom foi afastado pela primeira vez em setembro de 2021 no âmbito da Operação Metástase, que investiga desvio de R$ 19 milhões da Fundação Municipal de Saúde.
Em janeiro de 2022, a Câmara Municipal de Umuarama determinou a cassação do mandato do prefeito afastado.
Em julho deste ano, o desembargador Mário Helton Jorge, do TJ-PR, derrubou a decisão que mantinha Pozzobom afastado do cargo e o proibia de acessar prédio públicos, entre eles o da Prefeitura e o da Câmara Municipal.
Um mês depois, a 4° Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) determinou um novo afastamento. Os desembargadores analisaram os recursos da Câmara, que devolve os efeitos da sessão de janeiro de 2022, da cassação do mandato de Pozzobom.
Relembre a Operação Metástase
Segundo o MP-PR, as investigações da operação, que resultou no primeiro afastamento, começou no início de 2020. O órgão sustentou que há indício de fraudes em licitações, com superfaturamento de contratos, emissões de notas fiscais frias, depósitos em contas de investigados e terceiros.
Em maio de 2021, sete pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no esquema. À época, Pozzobom foi alvo de mandados de busca e apreensão.
As investigações indicam a atuação de uma organização criminosa suspeita de praticar os crimes de peculato e falsidade ideológica. Empresas ligadas ao grupo eram beneficiadas no esquema, de acordo com o Ministério Público.
Além do prejuízo, estimado em R$ 19 milhões, os promotores apuraram que desvios de recursos de entidades filantrópicas, que prestam serviços médico-hospitalares, foram usados para compra de equipamentos náuticos e construção de uma casa de veraneio em Porto Rico, também no noroeste.
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná