Arnaldo Alves
GABRIEL PORTA COM AGÊNCIAS
Domingo I 12 de Novembro de 2023 I GAZETA DO PARANÁ2 Geral
Uma entre os sete acusados, agora todos absolvidos
Após um corpo ser encontrado
Tribunal de Justiça do PR anula quatro condenações do “caso Evandro”
“Depois de 31 anos e 131 dias, vencemos a luta da nossa vida: provarmos a nossa inocência. Enfi m, ela foi declarada pelo Judiciário”
Cascavel
podcast Projeto Humanos e na série documental do Globoplay, divulgar fitas de áudio. Essas gravações revelaram evidências de tortura infl igida aos acusados por policiais militares. Nos áudios, é possível ouvir os agentes pressionando os acusados a confessarem o crime. sável luta, a 1ª Câmara Criminal do TJ-PR enfi m reconheceu que os acusados do Caso Evandro foram torturados”, diz trecho da nota do advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto, que defende os acusados. Segundo ele, nesta quinta “a justiça foi feita”. lição para o presente e para o futuro. Os desembargadores Adalberto Jorge Xisto Pereira, Gamaliel Seme Scaff e Sérgio Luiz Patitucci fizeram história ao deixar claro que a tortura não será aceita como método de investigação”, afi rma. vencemos a luta da nossa vida: provarmos a nossa inocência. Enfi m, ela foi declarada pelo Judiciário”, disse Beatriz Abagge, em seu Twitter. Já Osvaldo Marcineiro, um dos absolvidos, afi rmou em suas redes sociais: “hoje só tenho a agradecer a Deus, ao Sagrado e a todas essas pessoas corajosas que Deus colocou no nossa caminho que lutaram e ajudaram a Nossa Luta pela justiça. Obrigado!” “Após 31 anos de uma incan“O julgamento de hoje é uma “Depois de 31 anos e 131 dias,
Conforme informações da
com uma votação de 3 a 2 entre os desembargadores. visão do caso em dezembro de 2021 por meio de suas defesas. Esse pedido veio após o jornalista Ivan Mizanzuk, responsável pela investigação do caso no
Os sete acusados foram apon-
Relembre o caso
Mais colégios passarão a ser cívico-militares no PR
À época, também foram acusados pelo crime a então primeira-dama de Guaratuba, Celina Abagge, o funcionário da família Abagge, Airton Bardelli, e o vizinho de Francisco Sérgio Cristofolini. A decisão desta quinta não foi estendida a eles, pois já haviam sido absolvidos. desde o crime, o caso teve cinco julgamentos diferentes para os acusados. O primeiro deles, de 1998, que durou 34 dias, tornou-se o julgamento mais longo da história do judiciário no Brasil. Dos quatro julgados na revisão criminal desta quinta, Marcineiro ficou mais de sete anos anos na prisão; Beatriz cumpriu mais de cinco anos, Soares fi cou quatro anos na cadeia e Ferreira morreu na prisão. os desembargadores Adalberto Xisto Pereira, Gamaliel Seme Scaff e o desembargador substituto, o juiz Sérgio Luiz Patitucci, votaram pela anulação das condenações dos acusados por entenderem que eles foram torturados para fazer falsa confi ssão. Kfouri Neto, relator original do caso, e Lidia Maejima foram contrários com base no entendimento de que as fitas teriam que ter passado por perícia. Vale lembrar que o próprio TJ-PR, em agosto deste ano, permitiu que as gravações fossem usadas como provas na revisão criminal. ná (MP-PR), representado pelo procurador Silvio Couto Neto, considerou nesta quinta, pela primeira vez, que as condenaAo longo dos mais de 30 anos No julgamento da revisão, Já os desembargadores Miguel O Ministério Público do Para-
@life_comunicacao (45) 99829-2726
Durante a revisão criminal,
Ademir Caetano também era
À época, também foram acusados pelo crime a então primeira-dama de Guaratuba, Celina Abagge, o funcionário da família Abagge, Airton Bardelli, e o vizinho de Francisco Sérgio Cristofolini. A decisão desta quinta não foi estendida a eles, pois já haviam sido absolvidos
?Na última quinta-feira (09), o
Desaparecimento de Evandro
Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) anulou as condenações dos envolvidos no desaparecimento e na morte do menino Evandro Ramos Caetano, ocorridos em 1992, na região de Guaratuba, litoral do Estado. A decisão judicial reconheceu que os acusados foram submetidos a tortura para obter confi ssões do crime. Esta determinação não está sujeita a recurso.
Os acusados solicitaram a re-
a 1ª Câmara Criminal do TJ-PR absolveu Osvaldo Marcineiro, Beatriz Abagge (filha do então prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge), o artesão Davi dos Santos Soares e Vicente de Paula Ferreira, ajudante e amigo de Marcineiro (falecido em 2011),
Em janeiro de 2022, o governo
Outros acusados
1998, que durou 34 dias, tornou-se o julgamento mais longo da história do judiciário no Brasil
ções não foram justas.
O menino Evandro desapareceu em 6 de abril de 1992. À época, o Paraná vivia o desaparecimento de diversas crianças na região. Segundo a investigação, ele estava com a mãe, Maria Caetano, funcionária de uma escola municipal de Guaratuba, e disse a ela que iria voltar para casa após perceber que havia esquecido o mini-game. Depois disso ele nunca mais foi visto. em um matagal, no dia 11 de abril de 1992, o pai de Evandro, Ademir Caetano, afirmou à época no Instituto Médico-Legal (IML) de Paranaguá ter reconhecido o fi lho, por meio de uma pequena marca de nascença nas costas. época, o corpo estava sem o couro cabeludo, olhos, pele do rosto, partes dos dedos dos pés, mãos, com o ventre aberto e sem os órgãos internos. funcionário público da cidade, ele trabalhava na prefeitura de Guaratuba. Maria e Ademir tinham outros dois fi lhos, Márcio e Júnior. Evandro era o caçula.
BEATRIZ ABAGGE
Após 31 anos O caso teve cinco julgamentos diferentes para os acusados. O primeiro deles, no ano de
Em vídeo divulgado na sexta-feira (10) pelo deputado estadual Gugu Bueno, ele, os também deputados Márcio Pacheco e Batatinha, e a Chefe do NRE Luciana Paulista, anunciaram que Cascavel irá ganhar mais quatro colégios Cívico Militares. Os Colégios escolhidos são: Colégio Orso; Colégio Castelo Branco; Colégio Marílis Piroteli; e Colégio XIV Novembro. Agora, será feita uma consulta com a comunidade escolar desses colégios para verifi car se a comunidade aceita que o colégio seja transformado em um colégio cívico militar. Em outra publicação, o deputado anunciou que o Colégio Carlos Argemiro Camargo, em Capitão Leônidas Marques, também foi selecionado para o programa, o que leva a crer que, nos próximos dias, o Governo do Estado deverá anunciar relação de escolas em todo o Paraná.
A FRASE
Evandro Ramos Caetano, que tinha 6 anos, desapareceu em Guaratuba, em abril de 1992, no trajeto entre a casa e a escola. Dias depois de sumir, o corpo dele foi encontrado em um matagal do município com sinais de violência. Naquele período, ocorreram diversos casos de desaparecimento de crianças no litoral do Paraná. tados pela Polícia Militar (PM) como responsáveis pelo crime. Um grupo chamado Águia, do serviço de inteligência da PM do Paraná, foi ao litoral para investigar o caso. O grupo apontou que o menino foi morto pelos acusados em um ritual de “magia negra”. do Paraná publicou um pedido oficial de perdão para Beatriz Abagge, uma das condenadas pela morte de Evandro. Na carta, o governo expressou “veemente repúdio ao uso da máquina estatal para prática de qualquer tipo de violência”, em referência às torturas sofridas pelos acusados.
Tribunal de Justiça do PR anula quatro condenações do “caso Evandro”
2|9