O deputado estadual Fábio Oliveira (Podemos) abriu a sessão de hoje da Assembleia Legislativa pedindo que o deputado Ademar Traiano (PSD) renuncie à presidência da Casa. Na avaliação do parlamentar, com a revelação de que Traiano e o ex-deputado Plauto Miró (União Brasil) fizeram um acordo com o Ministério Público do Paraná, confessando terem recebido propina para renovar contrato da TV Icaraí para a operação da TV Assembleia, o deputado do PSD não tem mais condições de permanecer no comando do Legislativo.
Os fatos foram revelados pela defesa do deputado Renato Freitas (PT), acusado por Traiano de quebra de decoro por tê-lo chamado de corrupto na sessão do último dia 9 de outubro. O acordo corre em sigilo.
Traiano chegou a conseguir uma liminar da Justiça para impedir a divulgação do caso, mas a decisão foi derrubada pelo Tribunal de Justiça do Paraná na última quarta-feira. Desde então, a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR) pediu que Traiano renuncie à presidência do Legislativo. Na sexta-feira, Freitas pediu a abertura de processo de cassação contra Traiano com base nas informações sobre o acordo fechado com ele pelo MP.
“Esses fotos novos deixa evidente que é inviável qe o nosso presidente, o deputado Ademar Traiano, permaneça na presidência”, disse Oliveira no discurso de hoje. “É inadmissível que alguém que tenha admitido corrupção não tenha nem ao menos pedido desculpa para a sociedade”, avaliou. “Nós não podemos nos manter em silêncio, pois a solução é clara para todos todos nós, paranaenses. Não há clima, não há menor possibilidade de se continuar dessa maneira. Se nada mudar, após as ruidosas revelações, essa casa legislativa perderá não só a sua imputação, mas também toda a sua credibilidade perante o povo do Paraná”, previu.
Traiano, que presidia a sessão e tem mantido silêncio sobre o assunto desde a semana passada, não fez qualquer comentário sobre o pedido de Oliveira.
Após o discurso, em conversa com a imprensa, o deputado do Podemos admitiu que o caso envolvendo Traiano deve ficar para fevereiro do ano que vem, após o recesso, o que ele considera ruim para o Estado. “Eu acho que é ruim para o Paraná. Eu acho que é ruim para para aquilo que o paranaense anseia, que é o combate à corrupção, que é a questão da transparência, que é, nós temos um Poder Legislativo. Realmente o recesso não está em boa hora”, reconheceu.