O júri dos envolvidos na morte do jogador Daniel Corrêa Freitas entrou no segundo dia nesta terça-feira (19). A sessão começou pouco depois das 8h30 da manhã com o interrogatório de David Willian Vollero Silva, noivo de Allana Brittes.
Foto: Lucas Sarzi – Banda B
A jovem também será ouvida hoje, assim como outros três réus: Ygor King, Eduardo Henrique da Silva e Evellyn Brisola Perusso.
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Na noite desta segunda-feira (18), aconteceram os interrogatórios de Edison Brittes Junior, réu confesso, e da esposa dele Cristiana Brittes. As oitivas são consideradas as principais do processo.
Cristiana Brittes foi a primeira a ser ouvida por cerca de 1h. Ela disse que o jogador ‘acabou com a vida dela’ e queria que ele estivesse vivo para responder pelo crime que cometeu contra ela.
Na sequência foi a vez de Edison falar. Ele afirmou que foi orientado a mentir por seu antigo advogado, Claudio Dalledone Junior, mas não especificou o que exatamente teria sido acordado. Dalledone e equipe renunciaram da defesa do réu em março do ano passado alegando “motivo de foro íntimo”. O escritório do advogado Elias Mattar Assad assumiu o caso.
Testemunhas
As oitivas das testemunhas duraram cerca de 10h nesta segunda-feira. No total, 13 pessoas prestaram seus depoimentos. Na primeira fase, falaram as testemunhas sigilosas, que seriam quatro. Seriam, porque apenas duas foram ouvidas e as outras duas acabaram dispensadas.
O julgamento ocorre no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), mesma cidade onde o crime aconteceu, em 2018.
Como será o segundo dia de julgamento?
O juiz Thiago Flôres Carvalho é quem preside o julgamento. Depois dos interrogatórios dos réus, a acusação tem a palavra por um prazo máximo de 2h30, depois a defesa por mais 2h30. Após isso, caso o juiz considere necessário, a acusação pode retornar para réplica e a defesa para tréplica, com mais 2h cada.
Finalizados os debates, que são compostos pelas falas entre acusação e defesa, é feita a votação secreta pelos sete jurados. Conforme a decisão dos jurados, o juiz redige a sentença e elabora a dosimetria, que é a duração da pena.
Réus
Dentre os sete acusados, dois estão presos. Edison Brittes Junior é réu confesso e responde por homicídio, qualificado pelo motivo torpe, pelo emprego de tortura ou cruel, e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver e fraude processual. Eduardo Henrique da Silva responde pelos mesmos crimes. Ele chegou a ganhar o direito de responder ao processo em liberdade em 2019, mas voltou para a prisão em 2020 após participação em outro crime, um roubo ocorrido em Foz do Iguaçu.
Outros três réus respondem por homicídio qualificado, mas estão em liberdade: Ygor King, David Willian Vollero Silva e Cristiana Brittes. A última chegou a ter a acusação de homicídio negada em primeiro grau, decisão que foi revertida pelo Tribunal de Justiça do Paraná (Tjpr).
Allana Brittes, jovem que completava aniversário e realizou a festa onde Daniel foi morto, responde por fraude processual e coação no curso do processo. Já Evellyn Brisola Perusso foi denunciada por fraude processual. Ela também chegou a ser presa novamente durante o processo, por tráfico de drogas.
O crime
Com passagens pelo São Paulo e Coritiba, Daniel Corrêa Freitas veio a Curitiba para participar da festa de aniversário de 18 anos da amiga Allana Brittes, filha de Edison Brittes Junior, em uma casa noturna de Curitiba, em 26 de outubro de 2018. Após a balada, o jogador aceitou o convite para esticar a comemoração na casa da Família Brittes, junto de outras dez pessoas, em São José dos Pinhais.
Segundo a Polícia Civil, o conflito com Edison teria sido motivado por fotos e áudios enviados por Daniel em um grupo de amigos no WhatsApp. Nas mensagens, o jogador se vangloriava por estar na cama deitado ao lado de Cristiana Brittes, esposa do dono da casa.
Conforme as investigados, após saber das mensagens, o empresário deu início ao espancamento de Daniel e teve a ajuda de outros convidados da festa. O jogador só sairia da casa dentro do porta-malas de um carro. Foram 11 quilômetros de distância até a plantação de pinus, na Colônia Mergulhão, região rural de SJP, onde o corpo foi encontrado por um morador na manhã de 27 de outubro de 2018.
Conforme os laudos da Polícia Científica, Daniel foi parcialmente decapitado e teve o pênis decepado.
A investigação afirma ainda que, dois dias depois do crime, Edison se encontrou com os outros seis envolvidos em um shopping para combinar a versão que seria dada à polícia. A história não convenceu e o empresário acabou confessando o assassinato e sendo preso na mesma semana.
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Caso Daniel: começa segundo dia de júri com interrogatórios de cinco réus
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