O júri dos sete réus envolvidos na morte do jogador Daniel Corrêa Freitas entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (20). A sessão começou, pouco depois das 9h da manhã, com a fase final dos debates com réplica da acusação e depois a tréplica da defesa, cada uma com o período de 1 hora para fala.
Foto: Lucas Sarzi – Banda B
Ontem pela manhã foram ouvidos os cinco réus que faltavam: David Willian Vollero Silva, Ygor King, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Allana Brittes e Evellyn Brisola Perusso. Cristiana Brittes e Edison Brittes Junior foram interrogados na noite de segunda-feira (18).
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A réplica da acusação acontece depois de os advogados de defesa terem dito que o Ministério Público do Paraná e o assistente de acusação Nilton Ribeiro não apresentaram provas suficientes para incriminar os envolvidos.
O advogado Rodrigo Faucz, que representa Ygor e David disse que justiça não é achismo e que há provas de que o crime não aconteceu da forma que o MP falou.
“O Ministério Público pediu a condenação sem provas. Os policiais não foram chamados para serem ouvidos, porque os jurados iriam ver as contradições […] Essa versão de colaboração, de execução, por parte de Ygor e David, não se explica”, afirmou.
O advogado Elias Mattar Assad, que defende a família Brittes, reforçou que a acusação usou suposições.
“A acusação encheu os jurados de papel, aqui não estamos julgando papeis, estamos julgando pessoas. Nada provou, diante dos jurados, porque não trouxeram aqui os policiais para que os jurados pudessem fazer perguntas”, pontuou.
Já a advogada Thaise Mattar Assad destacou que Cristiana não orientou ninguém a cometer o crime e que ela foi vítima de Daniel.
“Isso reflete um problema social que nós temos, de alguns homens que não sabem ouvir a palavra não […] Olhem quantos nãos ele ouviu nesta noite, e mesmo assim ele insistiu, parece dificuldade em lidar com a rejeição”, disse.
Finalizados os debates, que são compostos pelas falas entre acusação e defesa, será feita a votação secreta pelos sete jurados. Conforme a decisão dos jurados, o juiz redige a sentença e elabora a dosimetria, que é a duração da pena.
Réus
Dentre os sete acusados, dois estão presos. Edison Brittes Junior é réu confesso e responde por homicídio, qualificado pelo motivo torpe, pelo emprego de tortura ou cruel, e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver e fraude processual. Eduardo Henrique da Silva responde pelos mesmos crimes. Ele chegou a ganhar o direito de responder ao processo em liberdade em 2019, mas voltou para a prisão em 2020 após participação em outro crime, um roubo ocorrido em Foz do Iguaçu.
Outros três réus respondem por homicídio qualificado, mas estão em liberdade: Ygor King, David Willian Vollero Silva e Cristiana Brittes. A última chegou a ter a acusação de homicídio negada em primeiro grau, decisão que foi revertida pelo Tribunal de Justiça do Paraná (Tjpr).
Allana Brittes, jovem que completava aniversário e realizou a festa onde Daniel foi morto, responde por fraude processual e coação no curso do processo. Já Evellyn Brisola Perusso foi denunciada por fraude processual. Ela também chegou a ser presa novamente durante o processo, por tráfico de drogas.
O crime
Com passagens pelo São Paulo e Coritiba, Daniel Corrêa Freitas veio a Curitiba para participar da festa de aniversário de 18 anos da amiga Allana Brittes, filha de Edison Brittes Junior, em uma casa noturna de Curitiba, em 26 de outubro de 2018. Após a balada, o jogador aceitou o convite para esticar a comemoração na casa da Família Brittes, junto de outras dez pessoas, em São José dos Pinhais.
Segundo a Polícia Civil, o conflito com Edison teria sido motivado por fotos e áudios enviados por Daniel em um grupo de amigos no WhatsApp. Nas mensagens, o jogador se vangloriava por estar na cama deitado ao lado de Cristiana Brittes, esposa do dono da casa.
Conforme as investigados, após saber das mensagens, o empresário deu início ao espancamento de Daniel e teve a ajuda de outros convidados da festa. O jogador só sairia da casa dentro do porta-malas de um carro. Foram 11 quilômetros de distância até a plantação de pinus, na Colônia Mergulhão, região rural de SJP, onde o corpo foi encontrado por um morador na manhã de 27 de outubro de 2018.
Conforme os laudos da Polícia Científica, Daniel foi parcialmente decapitado e teve o pênis decepado.
A investigação afirma ainda que, dois dias depois do crime, Edison se encontrou com os outros seis envolvidos em um shopping para combinar a versão que seria dada à polícia. A história não convenceu e o empresário acabou confessando o assassinato e sendo preso na mesma semana.
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Após defesa dizer que MP não tem provas, júri do Caso Daniel entra no terceiro dia
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Após defesa dizer que MP não tem provas, júri do Caso Daniel entra no terceiro dia
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