O homem preso por suspeita de cortar a corda de um trabalhador que estava pendurado na fachada de um prédio, em Curitiba, morreu dentro da penitenciária na madrugada desta sexta-feira (5). A informação foi confirmada ao UOL pela defesa dele.
O que aconteceu
Ainda não há mais informações de como Raul Pelegrini faleceu. Ele foi preso em flagrante pelo crime no dia 14 de março e teve a prisão convertida em preventiva (por tempo indeterminado). O empresário morreu na Casa de Custódia de Piraquara, na Grande Curitiba, onde estava detido desde o dia 27 de março, conforme apurou o UOL.
Defesa cita que preso enfrentava problemas de dependência química havia alguns anos. Raul já teria sido internado compulsoriamente e, no dia 16 de março, os seus advogados pediram a liberdade provisória para conseguirem interná-lo em uma clínica particular para tratamento especializado, o que foi negado pela Justiça.
Depois, os defensores entraram com um pedido de habeas corpus. A liminar (decisão judicial de caráter provisório) foi negada em 21 de março pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Na quinta-feira (4), o mérito do habeas corpus também foi negado, "pelo que sequer foi autorizado que Raul saísse da prisão e fosse internado compulsoriamente em clínica particular apta para o tratamento dessa doença. No julgamento foi dito pelo relator que a manutenção da prisão possibilitaria uma desintoxicação de Raul", de acordo com a defesa.
Após o MPPR (Ministério Público do Paraná) ter oferecido a denúncia contra Raul, os advogados também pediram ao Juízo Criminal, em 27 de março, a revogação da prisão preventiva. Porém, este pedido ainda estava pendente de análise até a presente data.
Defesa alega que informou que Raul "estava em risco iminente de morte". No pedido de liberdade provisória, os advogados argumentaram que o preso precisava ser transferido "urgentemente" para uma clínica particular. Após conversa com Raul na prisão, os defensores afirmam que fizeram uma reunião com o diretor da unidade para avisar da gravidade do caso e também comunicaram o caso ao gabinete da Justiça.
O MPPR também foi acionado para pedir urgência na manifestação da promotoria sobre a situação. "O Ministério Público, mais uma vez, mesmo diante da gravidade dos fatos, manifestou-se contrário ao pedido, em uma demonstração clara de insensibilidade." A nota da defesa foi assinada pelos advogados Adriano Bretas, Giovanni Moro, Beno Brandão, Alessi Brandão e Khalil Aquim.
O UOL procurou o Ministério Público do Paraná e o Tribunal de Justiça do estado. Os órgãos não se posicionaram. O espaço segue aberto para manifestação.
No entanto, hoje, dia 5 de abril de 2024, o pedido da defesa para que o caso fosse corretamente tratado não com prisão, mas, sim, como um caso de doença que necessita de tratamento, perdeu seu efeito. Raul veio a falecer. Os fatos falam por si. Uma pessoa que era acusada de um crime tentado teve, na falta de sensibilidade, a sua sentença de morte.
Defensores de Raul Pelegrini, em nota ao UOL
Morador que cortou corda de trabalhador em prédio morre em prisão no PR
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